Anestesia em Crianças: Precisa ter medo?

Muitos pais e mães ficam angustiados quando recebem a notícia de que seu filho (a) precisará passar por uma cirurgia. Porém, quando ficam sabendo que a cirurgia será com “Anestesia Geral”, o sentimento passa a ser de pânico!

O que muitos não sabem é que a anestesia em crianças é um procedimento bastante seguro. Portanto, antes de se desesperar, pergunte, questione, tire suas dúvidas, converse com o anestesista e fique tranquilo. É importante que os pais e cuidadores passem tranquilidade à criança, para que esta se sinta segura.

Qual a função do Anestesista? 

O anestesista é o médico responsável por manter o paciente confortável, relaxado, estável e sem dor durante procedimentos cirúrgicos e durante alguns tipos de exame.

Todas as cirurgias em criança precisam ser com Anestesia Geral?

A quase totalidade dos procedimentos cirúrgicos em crianças precisa ser com Anestesia Geral, ou seja, o paciente tem que estar dormindo. Alguns exames também precisam ser realizados com a criança sedada, relaxada; ou por serem muito desconfortáveis e dolorosos ou porque exigem que a criança fique imóvel durante muito tempo.

Quais os riscos da Anestesia?

Hoje em dia, com os avanços da medicina, os procedimentos são cada vez mais seguros, pois os aparelhos e monitores são mais modernos, as medicações são mais seguras e geram menos efeitos colaterais.

Os riscos existem como em qualquer procedimento de caráter invasivo, mas dependem de muitos fatores como o tipo de cirurgia, as condições clínicas do paciente, se a criança possui alguma doença prévia, se faz uso de algum medicamento, se é uma cirurgia de emergência ou uma cirurgia eletiva etc. Portanto, a avaliação pré-anestésica é fundamental para que esses riscos sejam avaliados e minimizados. 

Outras situações que podem trazer riscos: se o jejum não tiver sido feito da maneira adequada, há risco de broncoaspiração (aspiração de conteúdo gástrico para os pulmões). E por fim, nos casos de cirurgia eletiva, se a criança estiver resfriada ou com qualquer tipo de infecção de via aérea, a cirurgia deve ser adiada, pois há um risco maior de complicações anestésicas.

Como é feita a Anestesia em Crianças?

Existem muitas técnicas anestésicas, e a escolha vai depender do tipo de cirurgia, da idade da criança, do tempo de cirurgia etc.

Em algumas situações é possível fazer uma medicação pré-anestésica, antes que a criança vá para o centro cirúrgico, para que ela já chegue relaxada, tranquila e menos ansiosa.

No centro cirúrgico a criança será monitorizada através do oxímetro e do monitor cardíaco e normalmente é feito o que chamamos de Indução Inalatória: a criança respira o gás anestésico numa máscara de oxigênio e vai adormecendo (conhecido como “cheirinho”). É comum a criança ficar agitada nesse momento. Após adormecer, é puncionada uma veia para que as medicações sejam administradas.

Outra opção para a criança adormecer é através de medicação endovenosa. É uma maneira suave e rápida, feita através do acesso venoso. Em crianças que não toleram picada de agulha, pode ser necessária indução inalatória antes do método endovenoso. Dessa forma, a criança já estará dormindo quando a veia for puncionada.

Criança também pode tomar anestesia nas costas?

Sim. Isso vai depender do tipo de cirurgia, da idade da criança e da avaliação do Anestesista. Essa anestesia, que chamamos de “bloqueio peridural” ou “bloqueio caudal”, promove uma analgesia excelente para alguns tipos de cirurgia. Porém, quando esse tipo de bloqueio é realizado, a criança já está dormindo, portanto, ela não sente dor ou incômodo e sequer vai lembrar do ocorrido.

Como explicar para o meu filho (a) que ele passará por uma cirurgia?

Caso seja um bebê, ele não terá capacidade de entender tudo o que está acontecendo, porém ele necessita se sentir seguro. E para isso o comportamento dos pais faz muita diferença. Demonstre segurança e tranquilidade, faça carinho, cante para ele, brinque, leve algum bichinho de pelúcia ou naninha que ele goste. Quanto mais calma a família estiver, mais tranquilidade passará para o bebê.

Já com crianças maiores, podemos dialogar e é muito importante explicar tudo o que vai acontecer e antecipar as situações para que ela se sinta segura. Deixe- a à vontade para perguntar o que quiser e demonstre confiança na equipe médica, para que ela se sinta tranquila quando estiver sozinha com esses profissionais. Explique de forma que ela entenda, que a cirurgia será necessária e que é importante para cuidar da sua saúde. Não se deve mentir ou deixar para contar apenas no dia da cirurgia o que será feito. Acolha a criança caso ela demonstre medo e valorize sua coragem. Mesmo crianças maiores se sentem seguras quando levam algum brinquedo ou bicho de pelúcia para o hospital, portanto estimule essa prática. Hoje em dia existem vídeos no youtube, livros infantis, aplicativos de celular e tablet que tratam do assunto de maneira lúdica. 

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