Menina Também Pode Ter Fimose?

Menina também pode ter Fimose?

O que popularmente chamam de “Fimose feminina” é na verdade uma patologia chamada Sinéquia vulvar, ou sinéquia de pequenos lábios vaginais, ou ainda coaptação de ninfas.

O termo “sinéquia” significa “aderência” entre tecidos, e a Sinéquia vulvar nada mais é do que a aderência dos pequenos lábios vaginais, formando uma membrana fina que acaba fechando de maneira parcial ou total o canal vaginal.

Em qual faixa etária a Sinéquia vulvar pode ocorrer?

Esta condição afeta cerca de 2% das meninas. Pode ocorrer em meninas desde os 3 meses de idade até o período pré púbere (6-7anos), pois nessa faixa etária a taxa do hormônio estrogênio circulante é baixa. Antes dos 3 meses ainda há muito hormônio materno circulando, o que torna o diagnóstico menos comum.

Quais as causas da Sinéquia vulvar?

Baixa concentração de hormônios femininos circulantes, má higiene, dermatite causada pelo contato da vagina com urina e fezes na fralda, períodos longos entre as trocas de fralda, umidade perineal constante, doenças de pele pré existentes, uso de substâncias irritativas como sabonetes inadequados para a faixa etária.

Quais os sintomas?

A maioria das crianças não apresenta queixas. O quadro é observado pelos pais e cuidadores durante as trocas de fralda, ou pelo Pediatra na consulta de rotina.

O grau de aderência é variável, podendo obstruir parcial ou completamente o canal vaginal, restando apenas um pequeno espaço que permite a micção. Nesses casos pode ocorrer retenção urinária local, predispondo ao aparecimento de vulvovaginites, dermatites em bebês e irritabilidade durante as trocas de fraldas, dor e ardência ao fazer xixi, prurido local, perda urinária na calcinha, que fica constantemente úmida e com mau cheiro, incômodo durante a higiene local, e mais raramente infecção urinária.

 

Qual o tratamento?

Primeiramente a sinéquia deve ser diagnosticada pelo médico Pediatra ou pelo Cirurgião Pediátrico.

A maioria dos casos assintomáticos tem resolução espontânea, e à medida que a menina cresce e aumenta os níveis de estrógeno circulante, a sinéquia se desfaz.

Nos casos sintomáticos, ou quando a aderência é extensa, está indicado o tratamento. A primeira orientação é que a higiene local seja feita de forma adequada

Geralmente o tratamento com pomadas à base de estrogênio ou de corticóide são eficientes. Como esses medicamentos podem ter efeitos colaterais, devem ser usados apenas sob orientação médica.

Nos casos em que não houver resposta ao uso da pomada ou quando ocorrer recidiva, optamos pelo tratamento cirúrgico. É um procedimento rápido, normalmente sob sedação, e a paciente vai de alta no mesmo dia. Alguns cirurgiões realizam este procedimento no consultório sob anestesia local, a depender do grau de aderência e da idade da paciente.

 

Como realizar a higiene íntima da menina de forma correta?

A higiene deve ser realizada na direção correta, da vagina para o ânus e nunca o contrário. Deve-se optar por sabonetes neutros e adequados para a faixa etária. Manter a roupa íntima sempre limpa e seca e preferir calcinhas de algodão. Nos casos de bebês, não demorar muito tempo entre as trocas de fraldas e usar cremes de barreira, para diminuir o contato com fezes e urina. Em bebês menores de 3 meses optar por realizar a higiene com algodão e água. Quando isso não for possível, dar preferência a lenços umedecidos neutros, sem perfume, hipoalergênicos.

A Sinéquia pode “voltar” após o tratamento?

Sim. Existe possibilidade de recidiva da sinéquia tanto após o tratamento com pomadas como após tratamento cirúrgico. Para diminuir esse risco é muito importante manter os cuidados de higiene local após o tratamento, além do uso de lubrificantes locais ou pomadas para assaduras durante tempo prolongado, até que todo o tecido tenha cicatrizado.

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